Abro as asas na tentativa de levantar voo,
pulo… pulo… desengonçado induzo voar.
Tamanho é o esforço e cansaço…
Intuito desejo de me libertar!…
 
Podaram minhas asas desde jovem,
quando resolvi meu primeiro grito dar.
Hoje, ainda, ninguém ouve meus brados,
meus desejos… angústias… minha ânsia de amar!
 
Fito perplexo o céu… alucinado…
Há tanto pairando livres no ar!
Voam… voam… sem preconceitos,
em esplêndido e festivo gorjear!
 
Resta-me a luz irradiante de uma gaivota,
deslizando suavemente sobre as ondas do mar.
Contemplo o agitado balanço de suas asas,
sonho: – algum dia também estarei lá!
Autor: JFDuran