FRAÇÕES E A FAMÍLIA

REPRESENTAÇÃO
DE FRAÇÕES NA FAMÍLIA
Em 2007, com as turmas da 5ª série da Escola Municipal de Ensino Fundamental Min. Arthur de Souza Costa, realizei um trabalho sobre Frações envolvendo a família dos alunos. Intitulei o Trabalho como: Representação Fracionária do “eu” na Família.
1º Momento:
Começamos a conversar sobre o que representava uma fração. Para minha surpresa, mas não tanto, frações para os alunos era 1/2 de uma pizza, 1/4 de um bolo, etc. Outra coisa que me chamou a atenção foi quando os alunos foram questionados sobre a diferença entre “1/2” (um meio) e a “metade” de alguma coisa. Eu já tinha percebido isso em outros momentos, quando perguntava aos alunos, por exemplo, quanto era 80 dividido por 2 e, logo a seguir, perguntava qual era a metade de 80. Com certeza, eles se sentiam mais seguros quando era feita a segunda pergunta. Foi isso que me alertou para quando fosse trabalhar com Frações tentar deixar esses conceitos bem definidos e claros. Fico muito impressionado como as crianças não fazem relações principalmente com o cotidiano. O ensino de Frações é muito restrito a exemplos concretos e quando isso é feito, como já citei acima, limita-se a pizzas, bolos e chocolates. As crianças não são trabalhadas para relacionar esse conteúdo ao seu dia a dia. Eu tenho um projeto sobre Frações em outro link neste blog, mas em alguns anos faço outros tipos de introdução. Foi o que aconteceu neste caso.
2º Momento:
Levo os alunos para o pátio da Escola que é bem grande e possui bastante recursos naturais que possibilitam uma grande oportunidade para iniciar um bom debate sobre o assunto. Tentamos relacionar tudo que nos cerca. O pátio, os canteiros, as pedras, as janelas, as paredes, a areia, a quadra, relacionando com figuras e quantidades. 
3º Momento:
Na sala de aula é feita uma retomada do que conversamos e discutimos no pátio da escola. Alicerçado nisso, entrego uma folha de desenho e lápis de cor e proponho que desenhem todos que moram junto com eles. Eles devem se incluir no desenho.
4º Momento:
Peço que cada um apresente seu desenho e sua família. Alguns inclusive incluem animais de estimação. 
5º Momento:
Devem relacionar de forma criativa as frações à família. Primeiro questiono quem são os responsáveis por eles. Conforme a resposta vou desafiando-os a responder algumas questões:
  • Seus responsáveis, em relação ao todo (família), que fração eles representam?
  • Você representa que fração na sua família?
  • Você tem irmão? Seus irmãos junto com você representam que fração na família?
  • Separando pais, irmãos, e outros parentes que possam morar junto com você, represente para cada grupo, sua fração correspondente.
  • O que deu para notar, com essa separação, nas frações construídas?
  • Podemos somar essas frações construídas a partir dessa separação?
  • Como podemos somar essas frações?
  • Por que podemos somar?
  • Somem as frações obtidas. O que encontraram?
  • O que então significa, a parte de cima e a parte de baixo de cada fração?
  • Qual é a nomenclatura de cada termo da fração?
  • Encontre um colega que tenha a mesma quantidade de pessoas na família igual ao seu. Tente somar e registre o que encontrou.
  • Vamos discutir com a turma os resultados encontrados.
  • Agora, vamos formar duplas com quem não tem o mesmo número de pessoas na família.
  • Vamos somar?
  • É possível?
  • O que aconteceu?
Partindo desses registros, faço a introdução ao conteúdo de frações e desconstruo conceitos rígidos e estáticos herdados anteriormente. Isso facilita a retomada principalmente, da curiosidade no assunto e a vontade natural de relacioná-los ao seu cotidiano. Focado sempre no painel – Representação Fracionária do “eu” na Família anexado na sala de aula, exploro o significado de uma fração; os termos de uma fração; os tipos de fração (junto um desenho com o outro); frações equivalentes; fração mista, simplificações e as operações básicas com frações.
 
Fico preocupado quando me deparo ao entrar em algumas salas de aula com cartazes expostos sobre o assunto. Fico pensando como os conceitos foram explicados e explorados pelo(a) professor(a) com as crianças. Já postei aqui no blog duas formas onde explorei esse assunto. Um é o acima e o outro intitulado Frações sem Mistério. Notem que o cartaz é muito “vago” nas informações e mostra uma preocupação do(a) professor(a) para que a criança “memorize” através de imagens, posições, nomenclaturas e caminhos para resolver e encontrar partes do inteiro. Reparem como fica “vago”  o conceito de INTEIRO no cartaz grande (amarelo). A criança apesar de visualizar, ela esquece que as PARTES DE UMA FRAÇÃO estão RELACIONADAS sempre com o INTEIRO. E no cartaz isso não fica muito claro, pois a criança, muitas vezes, memoriza o desenho, mas não entende o que isso representa. Também, quando nomeamos os termos da fração em NUMERADOR e DENOMINADOR, a criança apenas memoriza sem saber por que eles recebem esses nomes. O de cima numera quantas partes foram consideradas = NUMERADOR. O outro denomina quantas partes o inteiro foi dividido = DENOMINADOR. Reparem que apenas “simbolicamente” é explorada a noção de fração de um número, isto é, uso mecânico de encontrar o valor. Por experiência, posso dizer que as crianças esquecem facilmente esse processo, principalmente quando o numerador é diferente de um (1), como o exemplo colocado no cartaz menor (amarelo) na imagem abaixo. Quando o numerador é dois, por exemplo, eles não sabem o que fazer, consequentemente, encontram valores sem sentido…. Isso mostra como o CONCEITO foi muito mal trabalhado. Isso se foi trabalhado, pois geralmente o processo é MECÂNICO.
Abaixo a imagem que captei de um cartaz exposto na sala de aula pelo(a) professor(a) depois de ter abordado o assunto com a turma para dar um exemplo do que estou falando:
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