Quando a alvorada adormece
e os pássaros tristes cantam,
eu choro por solidão merecida,
as dores que ela maltrata.
 
Tanto tempo que caminho
e as pegada ninguém as vê.
São marcas do destino,
se contar, ninguém vai crer!
 
Das estrelas ao universo
um conjunto na escuridão.
Minha imagem exposta ao verso,
o outro lado do coração.
 
Sou mendigo que tanto pede:
reconforto e paixão.
O pecado – ouriça minha pele,
que o vento leva de arrastão!
 
Martírios, devaneios, fantasias,
são as dores de todos os poetas.
Recolher as pétalas caídas
é fazer renascer os profetas.
 
Na areia eu desenho
o símbolo de nosso amor.
A amargura no peito tenho,
por não ter cultivado essa flor.
 
Horas, minutos e segundos,
são tempos que perdi,
olhando atrás do muro
o cambalacho da cicatriz.
 
Autor: JFDuran