Quero sair sem rumo algum,
deportar-me para o infinito,
onde possa encontrar minha guarida
e esconder-me das maldades do mundo.
 
Debruçar-me sobre as estrelas
num êxtase… admirando o universo,
contemplando o desenho geométrico que entrelinha
o caminho que infinda no mistério…
 
Quero despir-me ao ar livre,
sentir a brisa beijar minh’alma.
Desintegrar-me e em pó repousar na terra
na junção transcendental da nova vida.
 
Quero ser fera no cio
galopando em busca do nada;
talvez encontre a esfinge perdia
perpassando horizontes, também sem rumo.
 
Quero ser coifa e rasgar a terra
sem licença… desbravando sem medo
e no êxtase de cada descoberta
agraciar-me com a perplexidade de seu beijo.
 
Quero aventurar-me no “buraco negro”
e no espaço ser “Moisés – O Libertador”.
Na comunhão do Céu e da Terra
ser a água bendita da aprovação.
 
Quero ser a metamorfose da nova era,
o entendimento entre o homem e a mulher.
Quero ressuscitar entre meus inimigos
e dar as mãos num enlace fraterno.
 
E na exaustiva peregrinação na Terra,
quero ser esponja e absorver
toda e qualquer maldade e doença
para que na Terra prevaleça o Bem.
 
Autor: JFDuran