ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL
MINISTRO ARTHUR DE SOUZA COSTA
INTRODUÇÃO
Na minha trajetória como educador sempre fui um professor muito aberto e participativo a trabalhos interdisciplinares, inclusive quando essas propostas eram inovadoras e tencionavam os professores para a realização de projetos que elencassem outras formas de lidar e produzir saberes. Reconhecerão esse perfil de trabalho através da própria finalidade da construção e nos variados registros e links que constituem este Blog. Realizar este projeto envolvendo a Matemática e a Ciências possibilitará em mais uma vez estar trabalhando com momentos interdisciplinares, provocando estratégias de pensamentos criativos e produtivos que irão alicerçar vários momentos de discussão, reflexão e construção do conhecimento. A proposta é que os(as) alunos(as) compreendam conceitos e consigam relacioná-los nas suas mais variadas interconexões dos saberes.
Segunda-feira dia 06/07/2015
Hoje iniciamos nosso Projeto para participarmos da Feira de Ciências da escola. Conversei com a prof.ª Odila que ministra a disciplina de Ciências nos 6º Anos, na qual solicitei a autorização para ficar com um grupo de alunos para instigá-los a realizar duas experiências que explorassem além da Ciências, também a Lógica e conceitos Matemáticos. Concordou imediatamente e me indicou algumas alunas e alunos que ainda não tinham pensado numa proposta para a feira. Conversei com eles para saber se estavam dispostos a participar do desafio. Foi aceito por alguns, principalmente por alunos que já se encontram no apoio de Matemática comigo. Expliquei qual seria a proposta e desenhei no quadro como iria acontecer e os materiais que iríamos precisar. A direção da escola se prontificou imediatamente a fornecer e adquirir os materiais necessários para desenvolvermos nosso projeto. As duas experiências já foram realizadas anteriormente e inclusive estão publicadas através de vídeos por internautas no youtube. Mas a proposta, além de conferir se é possível a realização dessas experiências concretamente, é também avançar e promover uma discussão interdisciplinar entre eles para que percebam a interconexões desses saberes.
As propostas são:
CONSTRUÇÃO DE UMA AMPULHETA LÍQUIDA:
OBJETIVOS:
* selecionar os materiais necessários para a realização desta experiência;
* conhecer o conceito de densidade de líquidos;
* possibilitar que os alunos questionem, analisem e compreendam porque alguns líquidos
flutuam sobre outros e não se misturam;
* construir uma ampulheta líquida utilizando dois materiais (água e óleo de soja);
* verificar se é possível realizar essa atividade;
* reconhecer o conceito de MEDIDA DO TEMPO;
* diferenciar TEMPO FÍSICO/ASTRONÔMICO e TEMPO SOCIAL;
CONSTRUÇÃO DE UMA TORRE DE LÍQUIDOS:
OBJETIVOS:
* selecionar os materiais necessários para a realização desta experiência;
* conhecer o conceito de densidade de líquidos;
* possibilitar que os alunos questionem, analisem e compreendam porque alguns líquidos
flutuam sobre outros e não se misturam;
* construir uma torre de líquidos, na qual os líquidos não se misturem (densidade
diferentes);
* investigar quantas camadas poderão ser feitas e que líquidos serão utilizados para realizar o
máximo possível de camadas (desafio = formar uma torre com 11 camadas);
* conhecer a densidade de cada líquido utilizado;
CAMADAS DE LÍQUIDOS SUGERIAS:
1ª CAMADA: XAROPE DE MILHO 2ª CAMADA: GLICOSE DE MILHO 3ª CAMADA: MEL 4ª CAMADA: ÁGUA SALGADA 5ª CAMADA: DETERGENTE DE LOUÇA 6ª CAMADA: ÁGUA POTÁVEL 7ª CAMADA: ÓLEO DE SOJA 8ª CAMADA: AZEITE DE OLIVA 9ª CAMADA:ÓLEO LUBRIFICANTE PARA MOTORES A DIESEL 10ª CAMADA: ÁLCOOL ETÍLICO 11ª CAMADA: QUEROSENE |
ETAPAS:
Serão descritas abaixo em cada encontro realizado;
PRODUTO FINAL:
Exposição das duas experiências na Feira de Ciências da escola para todos os alunos visualizarem. Nesse momento, os alunos que participaram da elaboração das atividades, deverão explicar para os visitantes todo o processo realizado e tudo que aprenderam para elaborar e executar as experiências.
TORRE DE LÍQUIDOS
Segunda-feira dia 06/07/2015
Hoje as alunas começaram a trabalhar na primeira camada da Torre. Inicialmente será feita em uma garrafa pequena de PET (proveta improvisada para teste). Na medida que as camadas vão se formando e são possíveis de acontecer, a experiência será feita numa PROVETA não graduada de vidro.
Para realizar a primeira camada, pedimos a colaboração do Prof. Jorge (Ciências) para que ajudasse na coloração do material. Esse material foi aquecido para facilitar a aderência do corante.
1ª CAMADA: XAROPE DE MILHO: O professor e as alunas aquecendo o xarope para misturar o corante de cor roxa. Logo após, professor ajuda a colocar o xarope ainda um pouco quente na garrafa PET. Devido ao caldo quente a garrafa encolheu um pouco.
2ª CAMADA: GLICOSE DE MILHO: Aqui as alunas utilizando uma pipeta plástica retiram a glicose do frasco que será a próxima camada. Lentamente, vão pingando com a pipeta dentro da garrafa PET para testar se os dois líquidos não se misturam.
Hoje, apesar de não ser o dia do grupo se encontrar para trabalhar na atividade, resolvi ajuda-los e passei o xarope de milho para a proveta de vidro, pois o líquido é muito denso e adiantaria o serviço para o próximo encontro. Juntamente com o profº. Jorge, colocamos a vidro em banho-maria para que o xarope descesse o máximo possível até alcançar a base da proveta. Resolvemos fazer isso para que o líquido estivesse totalmente frio para receber a próxima camada. Colocamos corante verde. Na próxima segunda-feira vamos colocar a glicose de milho na proveta e retomar a experiência na garrafa teste de PET.
Como ficou depois do banho-maria: |
TABELA DE DENSIDADES PESQUISADAS: |
valores aproximados
Segunda-feira dia 13/07/2015
Retomamos a experiência da Torre de Líquidos, na qual as alunas dão continuidade agora usando a proveta de vidro para acrescentar a GLICOSE DE MILHO. No encontro anterior, elas tinham experimentado a colocação desse líquido na proveta teste de garrafa PET (sempre vamos testar primeiro usando a garrafa PET).
Neste momento, a aluna aguarda que toda a glicose de milho escorra pela haste de vidro ajudando o líquido a descer até a base da primeira camada (xarope de milho), evitando que ele escorra pelas paredes da proveta, assim evitando “sujar” por demasia a proveta e contaminando a próxima camada com resíduos de glicose de milho.
3ª CAMADA: MEL: A terceira camada proposta é o MEL. A escola tinha dado de presente de encerramento de fim de ano mini potes de mel puro para todos os professores da escola. Aproveitamos a sobra de alguns potes e utilizamos esse mel para ser a nossa terceira camada.
Com bastante cuidado para que os líquidos não se misturem, as alunas usam a pipeta graduada para transferir o mel para a proveta improvisada de testes. Reparem o cuidado da aluna em colocar com o máximo de delicadeza o líquido. O mel foi levemente aquecido, pois devido ao tempo frio, algumas partes estavam cristalizadas.
Devido a viscosidade do mel, as alunas tiveram muita dificuldade em usar a pipeta de vidro. Como eu tinha comprado pipetas de plástico que possibilita graduar seu orifício cortando-o, elas resolveram usá-las.
Com todo o cuidado, elas vão colocando o mel na proveta improvisada de teste. Com o uso da pipeta plástica com o orifício maior, foi mais fácil a colocação do mel por cima da glicose de milho.
Depois de ter verificado que o teste do mel por cima da glicose de milho deu tudo certo e não se misturou, elas passaram para a proveta de vidro. Foi adicionado dois vidros pequenos de mel levemente aquecido, pois algumas partes desse mel estavam cristalizadas.
4ª CAMADA: ÁGUA SALGADA: Passando para a quarta camada, as alunas impossibilitadas de pegar água do mar, fizeram uma mistura de água potável com sal de cozinha. Para colorir usaram corante alimentício. Prepararam um pouco da mistura e fizeram o teste em nossa proveta improvisada de garrafa PET.
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Com todo o cuidado, foram colocando a água salgada usando a pipeta de plástico por cima do mel puro. Como a água foi salgada, reparamos que depois de certo tempo o sal vai acabar indo para o “fundo” da água. Não sabemos ainda no que isso vai afetar na experimentação.
Verificamos o reação da água salgada em contato com o mel. A princípio os líquidos não se misturaram. Na garrafa PET é mais difícil de observar através das fotos como vão ficando as camadas de líquidos. Mas na proveta de vidro é mais transparente essa visualização.
Passamos então, para a proveta de vidro. Munidas de uma pipeta de plástico e a água salgada com uma coloração puxada mais para o rosa, foi colocado com todo o cuidado a água salgada na proveta por cima do mel.
5ª CAMADA: DETERGENTE DE LOUÇA: Começamos a quinta camada. Primeiramente, utilizando a nossa proveta teste, elas foram colocando diretamente o detergente por cima da camada constituída de água salgada. Avisei que tinha que ser bem devagar, para que o detergente não se misturasse na água. Tínhamos receio que se o líquido fosse colocado bruscamente, ele poderia acabar se misturando com a água. Mesmo com o aviso feito, em alguns momentos as alunas perderam o controle, o impulso foi maior, mas na proveta teste isso não afetou muito.
Feito na proveta de PET conforme as imagens acima, e alertado novamente sobre o cuidado na hora de colocar a quinta camada na proveta de vidro, as alunas foram no impulso colocando o detergente por cima da água salgada. Em alguns momentos tive que alertar para conter a pressa na hora de derramar o detergente. Mostrei para uma delas como o detergente caia e penetrada demasiadamente dentro da água salgada. Expliquei que tem que ser aos “pingos”, devagar, com cuidado para não ocorrer uma possível mistura ou diminuir o máximo possível disso ocorrer.
Aluna utilizando os dedos para medir a altura da quantidade de detergente já colocado para ficar mais ou menos homogêneo. Reparem que mesmo perdendo o controle no momento de inserir o detergente, ele não se misturou. Mas a pressa fez com que o líquido penetrasse demasiadamente dentro da água salgada fazendo que esta ficasse com uma cor esbranquiçada e não rosa como elas tinham tingido.
Aqui elas perceberam que deveriam ter feito com mais cuidado. Perceberam também que alguns elementos da terceira camada – o mel – estavam invadindo a camada constituída de glicose de milho. Pensamos se isso não seria a cristalização do mel devido ao tempo frio, com isso fazendo ele descer um pouco. Ficamos bem preocupados com essa reação do mel, inclusive sabendo que ele estava em contato direto com a água salgada “fria” e que isso poderia ter ajudado nessa precipitação. Vamos acompanhar a reação até entrarmos em recesso escolar. Na volta, em agosto, verificaremos como as camadas se comportaram nesse intervalo.
Por enquanto, é assim que a TORRE LÍQUIDA se encontra. Todas as cinco camadas bem definidas. Parabéns alunas pelo belo trabalho realizado!
Aluna mostrando abaixo como estão reagindo os líquidos na proveta teste feita de garrafa PET. As camadas estão ficando também separadas, mas ficam mais difíceis de se enxergar através das imagens tiradas. Elas sempre executam os testes antes utilizando essa garrafa para depois repassar para a proveta de vidro.
Paramos aqui. Nosso próximo encontro será só depois do recesso escolar. Voltamos a trabalhar na experiência dia 03/08/2015. Ficamos um pouco receosos e preocupados com este intervalo tão grande e os líquidos parados por tanto tempo. Mas como as densidades são diferentes, esperamos que a mistura ou a saturação de alguns elementos inseridos nos líquidos não afete tanto na experimentação. Já estou preparando para a volta materiais e recursos midiáticos bem concretos para discutirmos mais sobre o que é densidade e o porquê isso acontece. Reparei que estão com dificuldade de entender o conceito. Precisamos conversar sobre o assunto e possibilitar outros exemplos que ajudem a concretizar e internalizar esses saberes.
Quinta-feira dia 16/07/2015
Hoje foi o último dia de aula para mim na escola antes do recesso de julho, volto a trabalhar na experiência em agosto. Fui observar como estava se comportando a Torre de Líquidos e fiquei um pouco chateado, vão poder observar na foto abaixo que o detergente acabou baixando. A água salgada ficou por cima. Vamos pesquisar depois juntos com as alunas porque isso aconteceu. Mas ainda continua valendo, pois os líquidos estão separados, não se misturaram. Acredito que vamos ter que avaliar qual o próximo líquido que será acrescido com esse pequena mudança. Pois acima do detergente viria água potável, Talvez possa ter sido a qualidade do detergente. O mel e a glicose de milho continuam estáveis.
Conforme a tabela de líquidos proposta no início da experiência sobra alguma alternação e algumas camadas sejam modificadas em sua ordem. Vou levar essa proposta para as alunas e também discutir isso com os professores de Ciências da escola quando voltarmos do recesso.
Segunda-feira dia 03/08/2015
Hoje voltamos às aulas. Retomamos as duas atividades: A TORRE LÍQUIDA e a AMPULHETA LÍQUIDA. As camadas da Torre de Líquidos, no recesso, se mantiveram estáveis. Acredito que devido a quantidade de sal que os alunos colocaram para obterem a camada de ÁGUA SALGADA, fez o detergente perder a cor e precipitar, ficou uma camada de cor verde e demostra partículas condensadas de sal. Mas pelo menos as camadas não se misturaram. Continuam separadas pela densidade. Expliquei para os alunos o que poderia ter acontecido. O detergente acabou ficando amarelado.
6ª CAMADA: ÓLEO DE SOJA: Tínhamos pensado em mudar a sequência das camadas, devido a precipitação do detergente de louça, por isso no primeiro momento resolvemos colocar ÓLEO DE SOJA na garrafa pet de teste para ver como se comportaria. Os alunos foram colocando bem devagar usando uma pipeta de plástico. Podem observar que o óleo se manteve muito bem por cima do detergente que neste momento encontra-se amarelado.
Os alunos resolveram usar anilina laranja para deixar o óleo de soja mais escuro. Como já tinham feito o teste na garrafa pet, agora poderiam colocar na proveta de vidro. Eles tiveram que aperfeiçoar novamente o manuseio da pipeta, pois em alguns momentos colocavam o líquido muito rápido e encostavam a pipeta nas parede da proveta, manchando-a. Cobrei muito isso deles, precisam trabalhar mais a ansiedade. Podem reparar como o líquido acaba escorrendo pela parede da proveta devido ao descuidado no manuseio e na colocação do óleo. 7ª CAMADA: ÁGUA POTÁVEL: Começamos a colocar a água e para nossa surpresa a água acabou transpassando o óleo de soja e foi parar acima do detergente. Nós discutimos isso e observamos que a água tinha uma maior densidade, mas achávamos que se colocássemos a água por cima da camada do detergente iria dar problema, pois o detergente havia sofrido modificação. Mas pelo que reparamos as alterações ocorridas no detergente não afetaram na densidade, suportando a camada de água potável. Ficamos feliz que poderíamos voltar a usar a tabela inicial. Portanto a tabela que foi apresentada inicialmente fica valendo, descartamos a tabela que foi modificada. Reparem como os alunos vão colocando a água potável e ela se aloja na camada entre o detergente e o óleo de soja alaranjado. Então na verdade nossa sexta camada ficará a ÁGUA POTÁVEL e a nossa sétima camada ficará o ÓLEO DE SOJA.
8ª CAMADA: ÓLEO DE OLIVA: Os alunos fizeram primeiro o teste na garrafa pet proveta para observar se o óleo de oliva não iria se misturar como o óleo de soja. Tudo ocorreu como esperávamos. Como só temos corante laranja para líquidos a óleo, resolvemos que não iriamos tingir o óleo, ficando com a cor original.
Como tudo ocorreu bem, aproveitei para fornecer a pipeta de vidro comprida para trabalhar seu manuseio. Precisam ter a habilidade de sugar e depois de soprar para que o líquido saísse. Essa atividade custou um pouco já que alguns alunos não conseguiram e ao mesmo tempo tinham receio que o líquido entrasse pela boca. Não tapavam com o dedo e o líquido acabava fugindo pelo orifício da pipeta. Aos poucos foram se acostumando, pois já tinham utilizado a pipeta de vidro, mas com um líquido mais espesso.
9ª CAMADA: ÓLEO LUBRIFICANTE PARA MOTORES A DIESEL: como ocorreu tudo bem com o óleo de oliva, resolvemos testar na proveta plástica feita de garrafa pet, o óleo lubrificante para motores a diesel. Como existem óleos de várias densidades e essa amostra foi conseguida de doação pelo motorista do transporte escolar da escola, nós não sabíamos qual seria a reação quando entrasse em contato com a camada de óleo de oliva. O aluno foi aos poucos colocando o óleo lubrificante. Como temos corante para óleo apenas de cor laranja, resolvemos dar uma pigmentação mais forte ao óleo para que a camada ficasse com a cor mais concentrada e em destaque na torre de líquidos.
O óleo lubrificante para motores a diesel se comportou muito bem na proveta plástica de teste. Resolvemos executar a experiência na proveta de vidro. Usando a pipeta de vidro como mais facilidade, pois o óleo era mais liso e de fácil sucção, a aluna vai lentamente inserindo a nova camada na proveta de vidro. Subiram em uma cadeira para facilitar a colocação do óleo, já que a proveta de vidro é bem alta. Tentaram com cuidado colocar o líquido, mas em alguns momentos encostaram a pipeta na parede da proveta sujando o instrumento. Como esse líquido foi o último desse nosso encontro de hoje, ele vai poder descer até a próxima semana e assim, as paredes proveta não estará tão suja com o produto possibilitando a colocação da próxima camada que será o álcool etílico. Não temos muita diversidade de cores de corantes para óleos, adquiri um de cor amarela. Vamos tentar fazer que as duas últimas camadas fiquem bem salientes e deixar a torre mais bonita em seu visual. No nosso próximo encontro finalizaremos a torre. Aí teremos mais uma segunda-feira para discutirmos teoricamente todo o processo realizado, pois dia 31 de agosto acontecerá a FEIRA DE CIÊNCIAS DA ESCOLA.
Aqui estamos na 9ª Camada. No próximo encontro finalizaremos as duas camadas que estão faltando e, logo após, teremos uma aula com o prof. Jorge sobre densidade.
Segunda-feira dia 10/08/2015
Hoje finalizamos as duas camadas que estavam faltando.
10ª CAMADA: ÁLCOOL ESTÍLICO: Primeiramente realizamos o teste na proveta improvisada feita de garrafa pet. Resolvemos acrescentar um corante no álcool. Possuímos apenas dois corantes para óleo nas cores amarelo e laranja. A torre ficou mais puxada para essas tonalidades.
Passamos a colocar o álcool na proveta de vidro, tentamos fazer uma camada mais alta para que pudéssemos perceber melhor a diferença entre elas, pois as cores estão muito similares.
11ª CAMADA: QUEROSENE: Finalmente a última camada. Resolvemos colocar o corante de cor amarelo com uma tonalidade bem clara, para diferenciar do álcool.
A torre de líquidos finalizada:
AULA TEÓRICA SOBRE DENSIDADE:
Solicitei ao professor de Ciências do Ensino Fundamental e atualmente coordenador de área da escola, que fizesse uma fala mais detalhada sobre densidade, mostrando teoricamente e também com outros recursos concretos (sem ser os líquidos trabalhados na torre), para que as alunas pudessem se aprofundar mais no assunto que terão que explanar ao visitantes no dia da Feira de Ciências. Ele demonstrou o significado de massa e peso. Mostrou qual era a fórmula da densidade d = m / v. Utilizou o termômetro, água com gelo e utilizou a balança para pesar três provetas contendo na mesma medida conteúdos diferentes para demonstrar o conceito de densidade. As provetas continham óleo de soja, água potável e água salgada. Logo abaixo, no vídeo, poderão assistir a explicação. A interdisciplinaridade do trabalho tem me deixado muito satisfeito, principalmente em perceber como é possível um trabalho que garanta uma aprendizagem significativa e contextualizada.
No vídeo, o professor resgata com outros exemplos o conceito de densidade. Foi um momento de aprendizado mútuo, na qual o professor indagou constantemente sobre vários saberes ali relacionados, questionando o tempo todo as alunas presente, proporcionando uma reflexão sobre todos o trabalho construído e pesquisado.
AMPULHETA LÍQUIDA
Segunda-feira dia 06/07/2015
O grupo que irá construir a ampulheta, neste encontro selecionou as garrafas PET onde irão fazer os primeiros testes. Depois da verificação e funcionamento da ampulheta líquida, a experiência será realizada com duas garrafinhas de vidro de leite de coco, na qual serão usadas no dia da feira. Nestas fotos, as alunas estão colocando o óleo de soja para colorir de laranja (corante de vela).
Agora uma das alunas se prepara para colorir a água potável (corante alimentício). Secam as duas garrafas internamente que ainda se encontravam úmidas. Utilizando um funil de laboratório, cada uma delas insere os líquidos nas garrafas.
Abaixo o registro delas preparando mais líquidos para inserir nas garrafas, porque não foi o suficiente para encher a garrafa correspondente a da água. Combinamos que a garrafa que leva o óleo de soja não será totalmente cheia para que o ar contido nela ajude na transposição dos líquidos através dos orifícios feitos nas tampas e assim, ocorrer o funcionamento da ampulheta. Mas isso é uma suposição… ainda será testado. Mas a garrafa correspondente a da água, deverá ser totalmente cheia para que na hora da transposição não fique óleo aparecendo na garrafa de água no momento de virar (cada líquido em sua própria garrafa). Tudo isso foi questionado e compreendido pelas alunas. Em outros momentos será retomado o porquê isso acontece tendo como base a observação na tabela de densidade acima.
Segunda-feira dia 13/07/2015
Neste dia, focamos principalmente em colar as tampinhas das duas garrafas PET. Como ainda não sabemos se vai ocorrer bem a transposição dos dois líquidos e qual o tamanho ideal do furo para isso, optamos em fazer dois tipos de tamanho de furos. Como vai envolver a utilização de uma furadeira para isso, eu mesmo vou realizar em casa esses dois furos. Aqui as alunas estão usando cola de silicone para colar dois conjuntos de tampinhas que irão ser furadas. Devido ao recesso escolar de julho, a experiência vai ficar por aqui, até porque precisamos aguardar que as tampinhas fiquem bem coladas para posteriormente serem furadas. Voltamos dia 03/08/2015.
Segunda-feira dia 03/08/2015
Neste dia, as alunas receberam as tampinhas de garrafa já coladas com super bonder e furadas no meio com prego quente. Resolvi fazer isso em casa porque envolvia um maior cuidado com o uso desse material. Fiz vários exemplares de furos para elas avaliarem qual ou quais seriam o mais adequado para a experiência. Resolveram escolher um conjunto de tampinhas com furo mediano. Levei fita durex colorida para elas fazerem a finalização e o acabamento das duas tampinhas coladas.
Pedimos licença para a responsável da cozinha da escola para colocarmos a garrafa que contem a água tingida de verde para congelarmos, pois precisávamos ter a água congelada para inserir as tampas nas duas garrafas. Se não tivermos a água congelada, no momento de virarmos a garrafa iria vazar água. Pensamos então, congelar a água para facilitar no momento de rosquear as tampinhas, evitando o derramamento de água.
Como nosso encontro é pelo turno da manhã e todos estudam no turno da tarde, chamei uma das alunas minutos antes do recreio para ir ao laboratório de ciências e solicitei que ela fosse buscar a garrafa já que estava desde de manhã no freezer. Constatamos que a água já se encontrava congelada. Pedi para a aluna rosquear as tampinhas preparadas pela manhã. Tirou as tampas que estavam nas duas garrafas (na de óleo e na de água verde) e rosqueou as tampas preparadas na garrafa de óleo e virou a garrafa de água para rosquear a tampa. Com esse processo conseguimos que vazasse bem pouca água. Nossa ideia foi bem funcional. Guardamos a ampulheta líquida no armário com a garrafa contendo a água para baixo. Na próxima semana vamos analisar o que irá acontecer e discutir teoricamente o porquê.
Segunda-feira dia 10/08/2015
Como no último encontro a água estava congelada nós não tínhamos testado se a ampulheta líquida funcionava depois de tudo pronto. Perguntei para ela qual dos líquidos era o mais denso. Olhando a tabela percebeu que a água potável era mais densa que a do óleo de soja. Esclareci que era por isso que a água (verde) estava para baixo e pedi então que ela virasse a ampulheta para finalmente analisarmos o que iria acontecer.
A água potável de cor verde começou a descer mas em alguns momentos ela “trancava”. Ficamos pensando se não poderia ser por causa dos orifícios feitos nas tampinhas de não serem adequados para os líquidos fluírem, pois devido às diferenças em suas densidades e a pressão causada entre eles, teriam que trocar de lugar: a água(verde) descer e o óleo de soja subir. Mas isso não ocorreu como esperávamos. Tivemos que dar uma “ajudinha” apertando a garrafa de baixo com a mão. Isso me deixou intrigado e não soube explicar porque isso estava acontecendo as alunas.
Para a Feira de Ciências pensamos em mostrar a ampulheta líquida utilizando garrafas de vidro de leite de coco. Aqui a aluna novamente colocou corante na água diminuindo a quantidade de óleo de soja para observar se isso ajudaria na funcionalidade da ampulheta. Discutimos que como a água é mais densa iriamos colocar um pouco menos de óleo, fazendo com que a pressão da água ajudasse no processo de transição dos líquidos. Levamos a garrafa de água para congela no freezer e fazer o testo no próximo encontro.
Segunda-feira dia 17/08/2015
REGISTRO FINAL
Neste dia, fizemos um resumo de tudo que trabalhamos e de todos os saberes até aqui construídos e aprendidos mutuamente. O trabalho foi coletivo, mas indiscutivelmente a meninada participou ativamente, se interessaram e se envolveram no fazer científico. Mais adiante vou fazer uma avaliação mais aprofundada de todo o processo. A prof.ª Odila forneceu aos alunos um relatório, na qual preenchemos todos juntos. Esse documento deve ser apresentado e utilizado no dia da FEIRA DE CIÊNCIAS. Solicitava o nome da experiência, objetivos, procedimentos, relato da experiência e resultados.
Gostaria de agradecer a direção da escola, a prof.ª Odila por ter dado a oportunidade de participarmos da feira com esse projeto interdisciplinar (Ciência e Matemática), ao professor e coordenador de área Jorge Morais, a todos que diretamente e indiretamente se envolveram conseguindo materiais e apoiando de alguma forma e, é claro, a base de tudo isso: OS ALUNOS(AS)!!!
VÍDEOS DO EVENTO – 31/08/2015