O filme é uma co-produção americana e indiana de 2010. Dirigido e editado por Carol Back, aborda de forma contundente o fato de a educação escolar ter servido, ao longo dos últimos séculos, à colonização e estar servindo, atualmente, à homogeneização cultural. Em outras palavras, com o documentário se mostra um lado perverso da educação para o qual nem sempre voltamos os olhos: a possibilidade de, se mal utilizada, a escola servir à extinção das culturas e à perda da diversidade cultural.

Escolarizando o mundo foi filmado, principalmente, em Ladakh, região situada no sudeste da Ásia e conhecida como ‘pequeno Tibet’, palco de disputas políticas entre Índia, Paquistão e China, em uma região do Himalaia (a parte oriental e sob controle indiano) onde a cultura budista tibetana luta por manter vivas as suas tradições e a sua língua original. É com base, portanto, no que vem acontecendo em Ladakh, mas não apenas restrito a esse local, que o filme procura tornar explícitas as premissas ocultas por trás de projetos de escolarização em andamento em várias partes do mundo. Entre elas, destaca-se a falsa ideia de que os valores e o modo de vida ocidental são superiores e absolutos, vias de acesso garantido para uma vida melhor. 

Merecem destaque também a pesquisa histórica feita para o documentário, que revela o uso deliberado da escolarização pelos Estados Unidos e pela Inglaterra no período colonial, e a rica discussão promovida entre os convidados: Wade Davis, da National Geographic Society,  Helena Norberg- Hodge, da The International Society for Ecology and Culture  (ISEC),  Vandana Shiva, da Navdanya – Foundation for Science, Technology and Ecology (RFSTE), Manish Jain, da  Shikshantar — The People’s Institute for Rethinking Education and Development, e Dolma Tsering, líder na Aliança das Mulheres de Ladakh.