Associam ao matemático húngaro Zoltan Paul Dienes por ter elaborado um método para exercitar a lógica e desenvolver o raciocínio abstrato o surgimento dos Blocos Lógicos. Dienes na década de 1950, demonstrou que as crianças de 5 anos poderiam chegar a um pensamento lógico mais elevado através do uso de material concreto, bem adaptado à sua idade. Imaginou um conjunto de materiais constituído por 48 peças de cores, formas, tamanhos e espessuras diferentes, os blocos lógicos podem ser feitos pelo próprio professor, utilizando papelão ou outro material apropriado (existem materiais reciclados muito bons para isso).O conjunto é composto de quatro formas (circular, quadrada, retangular e triangular); três cores (azul, vermelho e amarelo); dois tamanhos (grande e pequeno); e duas espessuras (grosso e fino). Os blocos lógicos podem ser dados a crianças de diferentes faixas etárias, e recomenda-se que o professor vivencie antecipadamente os jogos, para que se sinta seguro em sua aplicação. Recomenda-se também ao professor que trabalhe individualmente com os alunos com dificuldades, incentivando as crianças que têm mais facilidade de assimilação a auxiliar na aplicação dos jogos em grupos, desenvolvendo assim o seu espírito de solidariedade. É primordial que em nenhum momento o professor recrimine um aluno por suas respostas erradas no jogo. Ele deve fazer com que a própria criança perceba sua falha e tenha chance de corrigir o erro. Caso o aluno não perceba onde errou, o professor deve lançar a questão para a classe, fazendo com que os alunos se conscientizem da necessidade de estarem atentos durante o desenvolvimento do jogo, para poderem resolver todas as questões.
Abaixo, algumas atividades com esse material, mas existem muitas outras que podem ser realizadas, coloco apenas alguns exemplos.
JOGO LIVRE:
Procedimentos: Distribuem-se 10 peças para cada jogador e o restante junta-se no que chamamos de banco. Um jogador inicia, colocando uma peça qualquer. O jogador seguinte colocará uma peça que tenha somente uma DIFERENÇA da anterior e assim por diante. Se o jogador não possui nenhuma peça adequada para a regra terá que “comprar “ no banco. Ganhará o jogo aquele que terminar antes as suas peças. Os jogadores poderão variar as regras , aumentando o número de diferenças ou semelhanças.
- um grande
- um pequeno
- etc…
- separar pela cor
- separar pelo tamanho
- separar pela forma
- separar pela espessura
- mostrar a peça e pedir para dizer o que ela não é.
- interdisciplinar
- de frente
- de cima
- de lado
- de baixo
OUTRA IDEIA:
A outra ideia é da Verenice Leite Ribeiro (Revista de Ensino de Ciências, nº 12, 1985), que sugere o BARALHO PARA JOGOS LÓGICOS. Um baralho simples composto de 16 cartas. Sendo 8 com figuras coloridas de vermelho e 8 com figuras coloridas de azul. Totalizando 16 cartas. Não pintem o desenho, apenas o fundo das cartas. Por cima, colem as figuras, pois se pintarem os desenhos podem acarretar a inclusão de mais atributos ou desconfigurar a lógica do baralho.
Aqui não tem espessura, seus atributos são: cor (do papel, que no caso seriam duas cores – as que você escolher), sexo, tamanho (adulto e criança), gordo e magro. Não podemos trabalhar o tato para encontrar a espessura como nos Blocos Lógicos, mas trabalhamos outros atributos. Portanto, não podemos aplicar brincadeiras que explorem o tato. Mas algumas das brincadeira citadas acima se adequam perfeitamente para esse jogo. Tente fazer e dê asas a sua imaginação para criar outras possibilidades de usar este baralho usando a lógica proposta.
PARTINDO DA LÓGICA DOS BLOCOS – OUTRAS POSSIBLIDADES:
Com as alunas do Curso Normal, a partir do trabalho com o baralho e os blocos lógicos, partimos para a construção de outras formas que também exploram a ideia lógica dos blocos pensada pelo matemático húngaro Dienes. Abaixo algumas dessas construções.